Hoje é dia do motociclista. De celebrar quem, uma hora, você reclama por te atrapalhar quando passa no corredor e, em outra, agradece por trazer o delivery na sua porta em um dia chuvoso.

• Nos últimos 10 anos, o número de motociclistas no Brasil cresceu mais de 50%, saltando de menos de 25 milhões, em 2012, para mais de 35 milhões atualmente.

Motociclistas não são motocicletas. Quando olhamos para a frota de motos do país, são mais de 30 milhões — um pouco menos que o número de habilitados e o equivalente a uma moto a cada sete brasileiros.É muita moto… Pense que o número de motociclistas brasileiros supera a população de países como Peru, Venezuela, Austrália e Portugal.

• Não por acaso, o mercado está crescendo em um ritmo acelerado, como uma moto cortando o vento em uma estrada boa e vazia…

As vendas de motos saltaram na pandemia e seguem em alta até agora. O primeiro semestre de 2023 registrou o melhor resultado em oito anos.Durante o período, foram emplacadas quase 800 mil motos. Para efeito de comparação, em 2022 inteiro foi 1,2 milhão. A primeira metade deste ano registrou dois terços do total do ano passado — ficando mais que 20% acima do mesmo período de 2022.

O que explica esse crescimento acelerado? 🏍

Tem uma forte relação com o varejo. O crescimento das vendas acompanhou a (i) alta dos combustíveis, (ii) dos custos de manutenção de automóveis e o (iii) aumento dos impostos sobre veículos automotores.

• Olhando de forma mais macro… Os últimos anos foram marcados por inflação e alta de preços. Nesse contexto, as motos surgem como alternativa para economizar no deslocamento sem ter que recorrer ao transporte público.

Isso sem falar no *boom* do mercado dos apps de delivery e do desemprego, que levou muitas pessoas a comprarem seus veículos para trabalharem fazendo entregas.

Falando em entregas… 📦

Hoje, são quase 400 mil entregadores de plataformas de delivery no Brasil. Disso, surge todo um ecossistema voltado para esses profissionais.

• Além da venda das motos, há empresas que alugam motocicletas, seguradoras — para motos e entregadores (de vida) — e outros players envolvidos.

Esse fenômeno explica o fato dos modelos mais requisitados serem os de baixa cilindrada — até 160 — segmento de preço mais acessível que, inclusive, diversas marcas estão com filas de espera. Tem gente esperando mais de 2 mesespara tirar a moto dos sonhos…Vale destacar que as motos de baixa cilindrada correspondem a mais de 80% do mercado de motocicletas brasileiros. As esportivas, com mais de 450 cc, cerca de 3%.