No mais puro modo quadrilha de festa junina. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da possível tentativa de golpe de Estado em 2022, foi alvo de nova ordem de prisão ontem.

Contudo, a medida foi revogada pelo STF antes de ser cumprida.

O que aconteceu: A Procuradoria Geral da República solicitou a PF a prisão de Mauro Cid com a alegação de que ele teria contado com a ajuda do ex-ministro do Turismo Gilson Machado para obter um passaporte português. Segundo a PGR, o objetivo de Cid poderia ser fugir do país.

• No mês passado, familiares de Cid deixaram o Brasil rumo a Los Angeles, o que levantou suspeitas de obstrução e favorecimento pessoal.
• A PF também encontrou no celular de Cid arquivos que indicam uma tentativa anterior de obter a cidadania portuguesa, em janeiro de 2023.

Outro que teve a prisão decretada ontem foi o próprio Gilson Machado. O ex-ministro foi detido, em Recife, após a PGR apontar que ele atuou junto ao consulado de Portugal para viabilizar o documento de Cid. Mas, à noite, a decisão foi novamente revogada por Moraes.

Delação vira alvo de questionamentos

Em meio a tudo isso, a revista Veja publicou uma reportagem com prints de conversas que revelariam que Cid mantinha um perfil falso nas redes sociais para discutir bastidores da delatória. Clique para ler.

Nas mensagens, ele critica Alexandre de Moraes, nega plano golpista e diz que houve pressão para colaborar em troca de liberdade.

Quem aproveitou a repercussão da matéria foi o ex-presidente Bolsonaro, que pediu a anulação da delação de seu ex-assessor, afirmando que as conversas mostram um "enredo de mentiras".

Se confirmados, os diálogos podem comprometer a colaboração premiada e reacender a polêmica sobre o uso de prisões preventivas como instrumento de pressão em delações.