Mandado embora. Depois de especulações e conflitos internos nos últimos meses, Jean Paul Prates foi oficialmente demitido do comando da Petrobras.

• Quem deve assumir a presidência da principal estatal do país é Magda Chambriard, que foi diretora da Agência Nacional de Petróleo durante o governo Dilma.

A demissão acontece um dia depois que a empresa divulgou queda de 38% no lucro do 1⁠º trimestre, além de indicar que seu conselho aprovou o pagamento de R$ 13,5 bilhões em dividendos

O que aconteceu para a saída? A origem de tudo está nos dividendos, mais especificamente quando a Petrobras não distribuiu aos acionistas os dividendos extraordinários de R$ 20 bi do 4º tri.

• No lugar, a estatal optou por distribuir o mínimo possível: R$ 14 bi. Essa decisão agradou Lula e uma parte do governo, mas aconteceu a contragosto do então presidente da estatal.

Ou seja, dois grupos foram criados: Aqueles que defendiam os dividendos extraordinários, como Fernando Haddad vs. os que queriam manter os dividendos mínimos, como os ministros Rui Costa e Alexandre Silveira.

Provocando o chefe: A situação ficou mais tensa quando o então comandante da estatal disse que foi Lula quem mandou bloquear os dividendos extraordinários — deixando a crise cada vez mais insustentável.

• O presidente chegou a sondar Aloizio Mercadante para assumir no lugar de Prates, um nome que tem alta rejeição entre o mercado por historicamente defender a intervenção estatal.

Zoom out: A Petrobras é a maior empresa do Brasil — e também a mais visada por políticos —, valendo mais de R$ 550 bi. No ano passado, a empresa teve o maior lucro da bolsa, com R$ 124 bi.

PS: No pós-mercado, as ações da Petrobras chegaram a cair mais de 9%. Resta ver como a turma da Faria Lima vai reagir hoje…