Um problema contraintuitivo. Segundo a renomada revista científica The Lancet, a resistência a antibióticos certamente será um problema de saúde pública nos próximos anos.

E o pior de tudo: esse é o tipo de problema no qual nós, seres humanos, somos exclusivamente os culpados.

Sobre o fenômeno

Em uma das aulas de microbiologia do estagiário do último semestre, um professor usou uma metáfora brilhante para descrever o problema:

• Sabe aquela pessoa que de tanto falar que quer ajudar, você acaba deixando ela fazer algo?

Então, é mais ou menos isso que acontece. Mas, em vez de ajudar, ela só complica a situação.

A explicação médica

🩺 A resistência a antibióticos ocorre quando bactérias sofrem mutações ou adquirem genes que as tornam capazes de sobreviver a medicamentos.

Isso resulta do uso inadequado de antibióticos, o que permite que cepas resistentes se multipliquem pelo organismo e dificultem o tratamento.

Em outras palavras: Apesar do remédio matar as bactérias “mais fracas”, ele não tem nenhum efeito sobre as “mais fortes”, que passam a se proliferar descontroladamente.

Cenário atual e projeções futuras

Segundo dados da OMS, as mortes associadas ao problema cresceram 70% entre pacientes com 70 anos ou mais nas últimas três décadas.

Os patógenos mais críticos, como o Staphylococcus aureus resistente à meticilina(MRSA), continuam a ser um dos maiores desafios nesse combate.

Ainda assim, se nada for feito, a expectativa é de que esses números piorem ao longo dos próximos anos — com o Sul da Ásia sendo a região mais afetada, com um total estimado de quase 12 milhões de mortes pelo problema.