Meus rins estão nas últimas, a frequência de lapsos mentais está aumentando e tenho noventa anos. É hora de ir”

Essa foi a mensagem que Daniel Kahneman, aclamado como gênio pela comunidade científica Nobel de Economia, mandou a seus amigos antes de optar pela morte assistida na Suíça.

Famoso por seus brilhantes “modelos matemáticos de decisão”, uma coisa é certa: essa foi, sem dúvida, uma das escolhas mais difíceis de sua vida.

🩺 Ao que tudo indica, o motivo da decisão é o fato de que Kahneman já apresentava uma insuficiência renal progressiva e um declínio cognitivo considerável.

Segundo fontes próximas, o economista acreditava, desde a adolescência, que os sofrimentos e indignidades dos últimos anos de vida eram desnecessários.

Embora estivesse com um quadro de saúde física e mental relativamente estável, decidiu agir conforme esta convicção.

Um dilema ético

A morte assistida na Suíça permite que uma pessoa com sofrimento intolerável, mas ainda capaz de tomar decisões, receba ajuda médica para encerrar a própria vida.

O procedimento é legal no país desde que o auxílio não tenha uma motivação considerada “egoísta”, e é realizado sob supervisão médica.

No entanto, levanta dilemas éticos sobre autonomia, vulnerabilidade de pacientes e o papel dos profissionais de saúde. Na prática, defensores veem como um direito à dignidade, enquanto os críticos temem abusos e pressões sobre doentes frágeis.