A crise habitacional brasileira ganhou um novo retrato. O número de pessoas que moram de aluguel chegou a 46,5 milhões em 2024, o equivalente a quase 22% da população do país — maior do que todo o estado de São Paulo.

Os dados do IBGE mostram que os lares alugados saltaram de 22,3% em 2023 para 23% em 2024, a maior marca desde o início da série histórica, em 2016. Na época, o índice era de 18,4%.

O crescimento foi acompanhado pela redução das casas próprias quitadas, que caíram de 62,5% para 61,6% no último ano, também o menor patamar da série.

O avanço do aluguel não é isolado. O número de domicílios unipessoais quase dobrou em 12 anos, passando de 7,5 milhões em 2012 para 14,4 milhões em 2024 — o que representa 1 em cada 5 lares no país.

• O fenômeno é atribuído em parte ao envelhecimento da população: 40% dos que vivem sozinhos são idosos acima de 60 anos;
• Outro fator relevante é que os brasileiros estão morando mais em apartamentos — cerca de 15,3% das moradias, outra máxima histórica.

Para milhões, morar sozinho ou de aluguel deixou de ser opção para se tornar uma realidade.