O governo Trump estuda um movimento inédito no setor de semicondutores: usar recursos da Lei de Chips para comprar participação na Intel.

A Casa Branca avalia converter parte dos US$ 7,9 bilhões já concedidos em subsídios para a fabricante em ações da empresa. Outras alternativas incluem novos aportes ou a combinação de diferentes linhas de financiamento previstas na lei.

A meta é acelerar o uso de fundos considerados estratégicos para a segurança nacional dos EUA.

A notícia fez as ações da Intel saltarem 15% em dois dias. Mas o pano de fundo é delicado. O tema ganhou força depois da reunião da última segunda-feira entre o CEO Lip-Bu Tan e a Casa Branca, dias depois de Trump pedir sua renúncia por supostos laços com a China.

Apesar do peso histórico no setor de chips, a Intel enfrenta dificuldades, com um prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões no 2º trimestre, corte de 15% da força de trabalho e cancelamento de projetos de fábricas.

Se confirmado, o movimento não seria apenas um gesto de apoio à gigante dos chips, mas também uma forma de garantir que a produção de semicondutores avançados permaneça sob o guarda-chuva dos EUA.