A Eastman Kodak, ícone da fotografia com 133 anos de história, admitiu que pode não sobreviver se não garantir uma injeção urgente de capital.

Em seu relatório de lucros divulgado no início desta semana, a empresa disse não ter “liquidez disponível” para pagar cerca de US$ 500 milhões em dívidas futuras.

O alerta fez as ações despencarem quase 20% ontem, refletindo o temor dos investidores. Para tentar ganhar fôlego, a Kodak pretende suspender pagamentos de seu plano de pensão — um movimento que escancara a gravidade da crise.

O contraste com o passado é gritante. Nos anos 1970, a marca dominava 90% das vendas de filmes e 85% das câmeras nos EUA. Ironia do destino, foi a própria Kodak que lançou a primeira câmera digital em 1975, mas falhou em capitalizar a tecnologia que acabaria derrubando seu império.

• A companhia, que entrou em falência em 2012, fechou a fábrica de câmeras e apostou em impressão industrial, agora tenta a sorte no setor farmacêutico, com uma fábrica reformada que deve começar a produzir medicamentos ainda este ano.

Com apenas US$ 155 milhões em caixa no fim de junho, a Kodak precisa urgentemente de um “bote salva-vidas” financeiro para evitar encerrar de vez suas operações. Caso contrário, a empresa que marcou gerações pode acabar virando apenas uma espécie de lembrança fotográfica.