O mundo amanheceu mais silencioso nessa segunda-feira. O papa Francisco, líder da Igreja Católica desde 2013 e símbolo de uma era marcada por tentativas de abertura e acolhimento, morreu aos 88 anos em Roma, após sofrer um AVC e entrar em coma.

• A morte foi confirmada pelo Vaticano, que informou também que Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em uma decisão rara — a última vez que um papa não foi sepultado na Basílica de São Pedro foi em 1903.

Argentino, jesuíta, primeiro papa latino-americano da história e o 266º sucessor de Pedro, Jorge Mario Bergoglio carregava um estilo próprio: simples, próximo dos mais carentes e com características progressistas, como se posicionar a favor do público LGBTQIA+.

Essa postura o transformou em inspiração para muitos, mas também em alvo de críticas, especialmente entre alas mais conservadoras da Igreja.

Mesmo após um longo histórico de problemas respiratórios e uma pneumonia recente, Francisco surpreendeu ao aparecer em público, em cadeira de rodas, durante a Páscoa — apenas um dia antes de sua morte —, abençoando os fiéis.

Sua última mensagem ao mundo veio justamente nessa ocasião, por meio da tradicional bênção Urbi et Orbi, lida por um auxiliar: “Gostaria que voltássemos a ter esperança [...] que a paz é possível”, em um apelo por desarmamento e solidariedade.

O futuro da Igreja

Agora, a Igreja, que conta com quase 1,4 bilhão de fiéis pelo mundo, entra em período de transição.

Durante os próximos dias, o Vaticano será comandado por um governo temporário, até o início do Conclave, processo de escolha do novo papa — que você pode conhecer melhor vendo este filme.

• Só cardeais com menos de 80 anos participam da eleição, feita a portas fechadas na Capela Sistina, ou seja, sem comunicação externa. O início está previsto para os próximos 15 a 20 dias e é necessário 2/3 dos votos totais para a definição do novo pontífice.

E aí vem um detalhe importante. Dos 135 cardeais eleitores, 108 foram nomeados por Francisco. Ou seja, mesmo ausente, o papa argentino terá enorme influência na escolha de seu sucessor — e parece que já tem favorito na briga, pelo menos nas casas de apostas.