O momento mais aguardado deste ano na diplomacia global está prestes a acontecer. Na tarde de hoje, Trump e Putin estarão frente a frente para discutir, oficialmente, o fim da guerra na Ucrânia. Mas, nos bastidores, a pauta vai muito além.

A começar pelo local escolhido que, definitivamente, não foi à toa. O Alasca já pertenceu ao Império Russo, até ser vendido aos EUA em 1867 por US$ 7,2 milhões — o equivalente a US$ 156 milhões na cotação atual.

Além da carga histórica, a proximidade geográfica com a Rússia — separada apenas pelo Estreito de Bering — garante segurança à comitiva de Putin e distancia a reunião das pressões diretas de Kiev e da União Europeia.

Mas quais são as reais intenções de cada lado?

Do lado russo, Putin chega buscando três pontos:

1. Reconhecimento político: A simples realização da cúpula já sinaliza que o isolamento diplomático imposto pelo Ocidente não funcionou;
2. Garantia territorial: Moscou quer manter o controle da Crimeia e das regiões parcialmente ocupadas de Donetsk;
3. Alívio econômico: Com déficit crescente e queda na receita de petróleo e gás, o Kremlin vê na aproximação com os EUA a chance de reduzir sanções e ampliar cooperação comercial.

Já para os americanos, um cessar-fogo seria de extrema importância para a figura de “negociador do mundo” e “pacificador” por parte de Donald Trump.

Desde o início do seu mandato, o presidente americano prometeu acabar com o conflito — o que ele acredita que acontecerá nas próximas horas. Segundo Trump:

"Acho que [Putin] quer fazer isso. Acho que, se não fosse eu, se fosse outra pessoa, ele não estaria falando com ninguém".

A confiança do americano é tanta que Trump afirmou que a possibilidade de sair do Alasca sem um acordo é de 25%. EUA e Rússia definem o futuro da guerra, enquanto Zelensky e a UE ficam de fora — sendo obrigados a aguardar o veredito.