Na tarde de ontem, militares bolivianos tentaram tomar o poder do país e invadiram a sede do governo com veículos do Exército, no que o ex-presidente Evo Morales considerou como uma “tentativa de golpe de Estado”.

Quem está por trás disso? Insatisfeito com o atual governo, o general Juan José Zúñiga, comandante do Exército, disse: “Vamos recuperar a nossa pátria e restituir a democracia. Nosso país não pode continuar assim”.

Zuñiga, inclusive, chegou a ameaçar Morales, dizendo que o ex-presidente não poderia mais ser quem comandava o país e que “caso cheguemos a isso, não permitirei que a Constituição seja pisoteada”.

Está dando o que falar… Governantes e autoridades do mundo todo — de todos os espectros políticos, incluindo a oposição boliviana — repudiaram a tomada do palácio presidencial pelos militares e exigiram a volta da normalidade.

Enquanto isso, o presidente Luis Arce nomeou novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica da Bolívia e instalou um gabinete de emergência no país.

Aprofundando na política boliviana 🇧🇴

No comando da Bolívia de 2006 a 2019, o governo de Evo Morales foi marcado tanto pela redução da pobreza no país quanto por polêmicas envolvendo o fim do limite a reeleições e votações contestadas internacionalmente.

Em 2019, após se proclamar presidente pela 4ª vez até 2025, ele renunciou ao cargo enfrentando altos índices de insatisfação popular e de ser fortemente pressionado pelas Forças Armadas bolivianas.

Um governo interino foi criado e, em janeiro de 2020, o atual presidente Luis Arce foi eleito, colocando o Partido Socialista de volta ao poder.