1Só 20% das empresas dará aumento real de salário em 2026
ECONOMIA
Só 20% das empresas dará aumento real de salário em 2026


(Imagem: Fast Company Brasil)
O mercado de trabalho brasileiro caminha para mais um ano de moderação salarial. Segundo o Guia Salarial 2026 da Michael Page, 45% das empresas não planejam reajustar salários no próximo ano — número bem acima dos 30% registrados na pesquisa anterior.
Apenas 20% afirmam que concederão aumentos reais, quase a metade dos 38% observados em 2025.
Para Lucas Oggiam, diretor-executivo da consultoria, o cenário não chega a ser uma surpresa, pois, segundo ele, “o clima global ainda é de incerteza" — e as empresas estão priorizando liquidez e sustentabilidade imediata, "evitando comprometer o caixa com aumentos permanentes.”
A lógica é clara: enquanto a economia não der sinais sólidos de aceleração, o foco seguirá em preservar margens e eficiência.
A era da eficiência e da remuneração variável
Após ciclo de fortes reajustes no pós-pandemia, impulsionado pela guerra por talentos, as empresas agora fazem um movimento inverso.
Com o mercado mais estável, cresce a ênfase em controle de custos e recompensas variáveis. Bonificações, PLR e benefícios flexíveis têm substituído o aumento fixo como forma de retenção — algo que as companhias enxergam como mais seguro e estratégico. Essa política, no entanto, cobra seu preço:
- 59% dos profissionais não receberam aumento no último ano;
- Só 16% dizem estar muito satisfeitos no trabalho atual.
A insatisfação salarial — somada a pressões de custo de vida — vem alimentando o que Oggiam chama de “estresse de remuneração”. O resultado é previsível: cresce o número de executivos abertos a novas oportunidades, mesmo em um mercado competitivo.
Trocar de emprego virou o principal caminho para subir na faixa salarial. Diante da escassez de aumentos reais, profissionais buscam propostas com 10% a 20% de valorização.
Só que há um impasse: 58% das empresas relatam que as expectativas salariais dos candidatos estão acima do orçamento, o que cria um ciclo vicioso — companhias perdem talentos insatisfeitos, contratam novos por valores maiores e, com isso, elevam ainda mais o custo médio da folha.
Qualificação e desalinhamento de expectativas
A dificuldade em contratar também se intensificou. O estudo mostra que 73% das organizações enfrentam desafios para preencher vagas por falta de profissionais qualificados.
Mas, segundo Oggiam, o problema não é apenas técnico: “As empresas precisam de profissionais com pensamento crítico, autonomia e adaptabilidade, e esse perfil completo ainda é escasso”.
Além disso, há um descompasso entre oferta e demanda. O profissional ideal muitas vezes existe no mercado, mas ganha mais do que a empresa pode pagar — ou não vê valor suficiente para trocar de posição.
- 42% dos candidatos querem benefícios personalizados;
- No entanto, 48% das companhias ainda oferecem pacotes rígidos.
O resultado é um mercado em que a atração de talentos depende menos do salário e mais da proposta de valor que as empresas conseguem comunicar.

Redação

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