Depois de anos em patamar estável, o Brasil caminha para registrar, em 2025, o maior número de ações desde a reforma trabalhista de 2017.

Só no primeiro semestre, já foram 1,15 milhão de processos — e a projeção é fecharo ano em 2,3 milhões, acima dos 2,1 milhões de 2024.

• Quem mais aparece nessa onda é o setor de serviços, que no ano passado respondeu sozinho por 26,6% dos processos, um recorde histórico de 556 mil novos casos.

Especialistas consideram que o principal motivo para a mudança está em uma decisão do STF em 2021, que derrubou a regra da reforma trabalhista que obrigava trabalhadores de baixa renda a arcar com honorários caso perdessem a ação.

Na prática, a mudança reduziu o risco de entrar na Justiça, abrindo caminho para novos processos.

Por outro lado, o Tribunal Superior do Trabalho justifica que parte da alta é efeito de uma recomposição: durante a pandemia, os números de ações caíram, e agora a curva retoma seu padrão.

Ainda assim, o cenário é claro: com juros altos, mercado aquecido em serviços e novas regras mais favoráveis, o país deve ver neste ano o maior número de disputas trabalhistas em quase uma década.