“Isso não é normal.” Demorou uma alta de 8,5% em um mês e de quase 18% desde janeiro para que Lula convocasse uma reunião para hoje com a sua equipe econômica para falar sobre o dólar.

• A moeda começou o mês de junho na casa dos R$ 5,20 e, ontem, chegou a bater R$ 5,70 — o maior valor desde janeiro de 2022.

⭐️ Na visão do governo: A culpa da disparada é dos outros, principalmente da “especulação” e do “jogo de interesses do mercado”. Para Haddad, existe uma “falha de comunicação” sobre os resultados que o governo tem na economia.

📈 Na visão do mercado: Sempre que o presidente faz críticas duras ao presidente do BC, comenta sobre aumentar mais a arrecadação (impostos) e reforça o intervencionismo do Estado na economia — o que tem sido frequente — a moeda sobe um pouco mais.

Somando a desconfiança do mercado com o adiamento das previsões de superávit à resistência do governo em cortar gastos, o resultado é que o real foi a 5ª moeda que mais se desvalorizou no mundo em 2024.

“Mas dênius, como isso me afeta se eu nem vou viajar?” 🧐

A alta do dólar impacta a vida de todos nós no dia a dia, principalmente quando o assunto são os produtos importados.

🍞 Sabe o seu pãozinho de toda manhã? O nosso país é um grande importador de trigo, o que significa que o cereal é comprado em dólar. Com a alta do câmbio, o custo da importação também aumenta e, no fim da linha, esse custo extra é repassado aos clientes na padaria.

Vários combustíveis também são importados em dólar. Com a moeda disparando, os custos do transporte e, consequentemente, do frete podem aumentar — gerando um efeito dominó em outros bens e serviços.

Nem todos ficam tristes: Como o comércio internacional é todo negociado em dólar, setores brasileiros que exportam mercadorias como produtos agrícolas e minérios são beneficiados porque, na prática, eles ganham mais frente ao real.