Em uma década, os sindicatos brasileiros perderam mais de 6 milhões de trabalhadores filiados — no mesmo período, o número de pessoas trabalhando no Brasil cresceu em quase 10 milhões para um ápice de 100,7 milhões no ano passado.

• Desse total, os associados a organizações trabalhistas caíram de 16% em 2013 para 8% em 2023, o menor patamar da história do país.

Desde que a medição começou a ser feita, em 2012, os sindicatos nunca viram um aumento no número de filiados.

Entre os 8 milhões que fazem parte de alguma união, a maioria está no setor público. Já aqueles que trabalham sem carteira assinada no setor privado são os com a menor adesão a sindicatos.

📉 O que explica a tendência? A queda na sindicalização ganhou força em 2017, quando a reforma trabalhista foi aprovada pelo Congresso Nacional e, entre outras mudanças, o imposto sindical passou a ser voluntário.

By the numbers: Até 2017, os sindicatos recebiam cerca de R$ 3 bilhões/ano relativos ao tributo. Após a mudança, esse número caiu 98%, para R$ 68 milhões no ano passado.

Além disso, os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis e com uma maior margem para o funcionário negociar diretamente com o empregador — sem depender de um sindicato para fazer o meio de campo.

Outro ponto foi o avanço dos serviços por aplicativos, que gerou um aumento no número de motoristas e entregadores autônomos que não dependem de um vínculo formal com a empresa.

Bottom-line: O atual governo quer novas formas de aumentar a receita dos sindicatos por meio de “contribuições compulsórias” — e não um imposto. No entanto, Lira e demais parlamentares já deram um recado de que não vão aprovar uma medida do tipo.