Não somos nós quem estamos dizendo; são os números. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou um crescimento médio anual maior para quem trabalha de maneira informal ou autônoma em relação a quem é CLT.

• CLT: Crescimento médio de 2,3% no salário no 2T2025 vs. 2T2024.
• Autônomo: Crescimento médio de 5,6% no salário no 2T2025 vs. 2T2024.
• Informal: Crescimento médio de 6,8% no salário no 2T2025 vs. 2T2024.

Quando falamos de absoluto, no segundo trimestre do ano, a renda média dos celetistas foi de R$ 3.171, enquanto a renda média dos autônomos foi R$ 2.955 e dos informais R$ 2.213.

Mas é a mudança da tendência que tem chamado atenção… Há quatro anos, no segundo trimestre de 2021, os salários do CLTs superavam os de autônomos em 25%. Agora, no segundo tri deste ano, essa diferença caiu para 7,3%.

O outro lado da moeda

Com o crescimento de plataformas de autônomos, como Uber, 99 ou iFood, mais pessoas ficam sem cobertura previdenciária — ou seja, sem direito a receber aposentadoria.

Em paralelo, os MEIs têm esse direito, mas o crescimento deles — que pagam pouco imposto — tem gerado uma “renúncia fiscal”, pressionando ainda mais a estrutura previdenciária. No fim de 2024, essa chamada “renúncia fiscal” referente ao MEI atingiu R$ 6,44 bilhões, um aumento de quase 24,4% em relação ao ano anterior.