A conversa tão aguardada entre Lula e Trump finalmente aconteceu. Os presidentes se reuniram pela primeira vez oficialmente na Malásia.

O encontro, que levou cerca de 50 minutos, teve como tema principal as tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras.

Segundo o Itamaraty, Lula pediu a suspensão temporária das tarifas até o fim das negociações — além de se colocar a disposição para intermedir uma negociação entre os americanos e a Venezuela.

Trump, por sua vez, respondeu que iria orientar sua equipe a abrir um canal de negociação bilateral.

A expectativa é que representantes dos dois governos se reúnem com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Estado, Marco Rubio, para discutir detalhes técnicos.

A conversa terminou com promessas de visitas recíprocas. Nas redes sociais, o Trump afirmou ser uma grande honra estar com o presidente do Brasil e que acredita conseguir fazer acordos muito bons para os dois países. Já Lula classificou a conversa como “ótima”.

O encontro também repercutiu em Brasília

Políticos da base do governo e aliados de Lula, como Lindbergh Farias e Humberto Costa, celebraram o encontro como “uma vitória do diálogo” e um símbolo da volta “de um Brasil que fala de igual pra igual com o mundo".

Já opositores do presidente ironizaram a sua postura. Eduardo Bolsonaro e o deputado Coronel Chrisóstomo destacaram o elogio de Trump a Bolsonaro e afirmaram e que Lula “não saiu com o que esperava”.

E como o Centrão viu tudo isso?

Aparentemente com bons olhos. Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e aliado do ex-presidente, afirmou que “Lula é um avião voando sozinho” e que o considera favorito para 2026.

Na prática, a fala de Ciro pode ser um indício de que o Centrão, principal “player” no jogo político brasileiro, vê a figura de Bolsonaro cada vez mais enfraquecida para o Planalto.